segunda-feira, 22 de junho de 2009

UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA

Processo de Unificação da Itália

A vitória da burguesia industrial e do discurso nacionalista conservador

Europa do Congresso de Viena
Convocado para refazer o mapa político europeu em decorrência da queda de Napoleão, o Congresso de Viena não foi capaz de impedir a ação de movimentos liberais e as aspirações nacionalistas num contexto onde se expandia a indústria, ao mesmo tempo em que os movimentos sociais questionavam as relações entre o empresariado e o operariado, colocando risco o mundo burguês.
As mudanças socioeconômicas que vários países europeus experimentavam eram também desejadas pela alta burguesia italiana, do Reino do Piemonte, e a burguesia da Prússia, um dos principais estados germânicos. Elas acreditavam que a unificação, através de um governo forte e centralizado, aceleraria o processo de desenvolvimento, equiparando-se ao da França e ao da Inglaterra.

Significados das unificações
Os processos de unificação na Itália e na Alemanha alteraram profundamente o quadro político da Europa no século XIX, rearticulando um equilíbrio de forças que resultaria na I Guerra Mundial (1914/1918). Na base desses processos estavam os movimentos liberais, acentuadamente nacionalistas nestes dois países.


Unificação da Itália

Península Itálica pré-unificação
Após o período napoleônico e o Congresso de Viena (1815), os Estados da Península ficaram sob forte influência do Império Austro-Húngaro e da Igreja Católica. A Península estava dividida em 7 Estados: Reino do Piemonte-Sardenha, Parma, Modena, Toscana, Reino Lombardo-Veneziano, Reino das Duas Sicílias e Estados Pontifícios.

Liberalismo tardio na Itália
Fatores do liberalismo tardio:
Ø Fragmentação territorial e autonomia política das cidades
Ø Influência da ideologia Católica na região
Ø Intervenção das potências estrangeiras no país (Áustria e França)

Êxito da unificação
1. Uma burguesia forte que promoveu um grande desenvolvimento industrial na região norte da Itália.
2. Política beligerante de Cavour, primeiro na Guerra da Criméia contra a Rússia e depois na guerra contra a Áustria.

Diferentes projetos de unificação
Grupos distintos buscaram a unificação da Itália a partir da década de 1830:
Ø Carbonários – movimento heterogêneo organizado em sociedades secretas que reunia várias tendências políticas
Ø Republicanos – liderados por Mazzini (projeto liberal) e Garibaldi (popular)
Ø Monarquistas – articulado por Camilo Benso



Lutas nacionalistas e populares
As revoluções ocorrida na Europa em 1830 e 1848 desencadearam diversos movimentos nacionalistas na Itália, foram eles:
Sociedade Carbonária (caráter popular)
Movimento Jovem Itália (caráter republicano)
Risorgimento (caráter liberal)
Apesar do clima de grandes agitações populares, esses movimentos não conseguiram êxito na primeira metade do século XIX. Porém, uma nova onda de protestos bem sucedidos ocorreria a partir de 1860/1871.

Península Itálica pré-unificação
Em 1848, movimentos liberais surgiram em diversas Estados. Aproveitando as agitações o rei Carlos Alberto do Piemonte­Sardenha tentou a unificação e declarando guerra à Áustria. Derrotado pelos austríacos, o rei foi obrigado a abdicar o trono em favor do seu filho Vítor Emanuel II. Entretanto, estava fortalecida a idéia da unificação.

As articulações de Cavour
Em 1852, o ministro Cavour viu que sem ajuda não seria possível vencer a Áustria e pensou em possíveis aliados. A oportunidade surge na, Guerra da Criméia que opunha Rússia contra França e Inglaterra (1854/1856). Resolveu enviar tropas para ajudar a França o que lhe rendeu uma grande aliada. Nesta época Napoleão III era imperador.
Em 1859, Cavour e Napoleão III se encontraram para fazer uma acordo: Napoleão apóia o Piemonte contra a Áustria e receberia em troca os condados da Savóia e de Nice; o Piemonte receberia a Lombardia-Veneza, que pertenciam à Áustria. As campanhas militares de 1859 repercutiram em toda a Itália.
Toscana, Parma, Modena e Romagna, Estados pertencentes ao papa, se revoltaram, querendo unir-se ao Piemonte. Com a conivência de Cavour, Giuseppe Garibaldi e seu Exército Popular dos Camisas Vermelhas conseguiu invadir o reino dos Bourbons se apossando da Sicília e passaram por Nápoles e pondo em fuga o rei Francisco II.
As tropas do Piemonte invadiram os Estados papais, únicos ainda não integrados. Garibaldi opunha-se à casa de Savóia, pois daria ao país um regime monárquico. Para não atrapalhar a unificação, afastou-se da vida pública temporariamente. Quando Cavour morreu em 1861, o Piemonte já dominava quase toda a Itália.

A resistência de Roma
Vítor Emanuel II declarou-se rei (1861) e transferiu a capital para Florença. Para completar a unificação, faltava só a adesão dos Estados restantes. O problema com os Estados papais era mais difícil: o papa se recusava a entregar a cidade, pois considerava que era a garantia da independência da Igreja Católica.
Garibaldi tentou tomar Roma, mas Napoleão III enviou uma guarnição para proteger o papa: tomar Roma pela força equivaleria a declarar guerra à França. Em 1870, os prussianos invadiram e venceram a França; os italianos aproveitaram o momento, tomaram Roma e ocuparam o resto dos Estados.

A Questão Romana
Em 1871, Vítor Emanuel ofereceu ao papa as leis de garantia, mas Pio IX considerou-se prisioneiro no Vaticano e recusou qualquer conciliação. A questão romana só se resolveu em 1929 pelo Tratado de Latrão entre Mussolini e Pio XI, que criou o Estado do Vaticano.

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